O movimento social de luta contra a Aids, aqui representado por: ANAIDS – Articulação Nacional de Luta contra a Aids, RNP+Brasil – Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV e Aids, MNCP – Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas, RNAJVHA – Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/Aids, RNTTHP – Rede Nacional de Mulheres Travestis e Transexuais e Homens Trans vivendo e convivendo com HIV/Aids, vem a público manifestar preocupação com os rumos da saúde pública no Brasil.
O mundo vive uma das maiores crises sanitárias de nossos tempos e tem construído respostas locais e globais que possam minimizar o impacto da pandemia. No Brasil, a crise tem sido vivenciada em uma conjuntura permeada por narrativas conflitantes e ações federais incipientes, potencializada pelo cenário de flagelo a que estão submetidos brasileiras e brasileiros.
A troca reiterada de ministros da saúde, no País, denota o descaso governamental com a pandemia de Covid-19. Nos causa apreensão o futuro do Brasil e da saúde da população, pois as orientações do presidente da República têm se pautado, unicamente, em critérios político-econômicos, sem base em evidências técnico-científicas.
Entendemos que a postura apresentada pelo dignitário máximo da Nação tem sido equivocada, à medida que se distancia das orientações da OMS – Organização Mundial da Saúde, e esperamos que o novo gestor da saúde nacional aponte políticas alinhadas com diretrizes incorporadas mundialmente, priorizando a vida de todas as suas cidadãs e de todos os seus cidadãos.
Almejamos que as ações do próximo ministro da Saúde se pautem em critérios técnicos, baseados em evidências científicas, valorizando o SUS – Sistema Único de Saúde, com políticas sintonizadas com os Direitos Humanos e com o enfrentamento das violências estruturais e as desigualdades sociais.
A pandemia de Covid-19 exige o fortalecimento das políticas públicas de saúde e o compromisso inexorável com a defesa à vida e a construção de uma sociedade mais igualitária e solidária.
Uma saúde pública se faz com políticas que respeitem a vida. A vida de cada pessoa é importante.
Brasília, 15 de maio de 2020.