Nos dias 09 e 10 de julho, aconteceu em Fortaleza – CE, o Seminário “Diálogos Posithivos sobre Adesão e Tratamento“, realizado pela RNP+ CE. Com apoio da UNAIDS Brasil. O Seminário teve como objetivo, promover ações de conscientização sobre a adesão e sobre o tratamento antirretroviral (anti-HIV).
Durante o Seminário foi lançada a terceira edição da Cartilha da RNP+Brasil sobre saúde, autoestima e direitos, dirigida para pessoas vivendo com HIV ou Aids, recém diagnosticadas ou não. Intitulada “E agora o que eu faço? HIV, autoestima e saúde”, a cartilha foi relançada com o apoio da RNP + CE e da UNAIDS Brasil.
Além disso os participantes do Seminário Diálogos Posithivos sobre Adesão e Tratamento também elaboraram coletivamente um documento com recomendações para o serviço de saúde do município, pensadas a partir das reivindicações das pessoas vivendo com HIV/Aids presentes no seminário.
Leia aqui as recomendações:
Recomendações para adesão e tratamento para contribuir com a melhora dos indicadores relacionados com a adesão e tratamento na política de HIV/Aids em Fortaleza.
- Diálogo constante com as universidades públicas na cidade de Fortaleza fomentando discursos sobre HIV/Aids na comunidade acadêmica para que a mesma desenvolva fruição de trabalhos escritos a partir de seminários, palestras, simpósios que reverberem na atuação dos formandos em todas as áreas da saúde e que esses trabalhos escritos sejam difundidos e discutidos com a população em geral. Isso vale não só para os cursos de graduação e pós graduação que possam gerar conhecimento apenas na área da saúde bem como outros cursos.
- Abordagem e acolhimento para Pessoas Vivendo com HIV/Aids por parte dos profissionais de saúde e orientação jurídica por parte das ONGS, REDES E ASSOCIAÇÕES E MOVIMENTOS
- Aplicativo multi setorial para a Pessoa Vivendo com HIV/AIDS onde os usuários tenham como acessar informações do serviço de saúde. Possíveis serviços colocados no aplicativo: Acesso as datas de consulta, serviço de ouvidoria, agendamento de serviços tais como psicólogo, nutricionistas, psiquiatras, infectologistas e até mesmo o prontuário a ser acessado pelos médicos. Contato com o médico por videoconferência.
- Formulação de uma cartilha sobre a importância da Nutrição da Pessoa Vivendo com HIV/Aids salientando as estatísticas de pessoas atendidas nos vários territórios da cidade de Fortaleza. (Crianças, adolescentes, adultos e pessoas da melhor idade).
- Estender o número de cestas básicas para pessoas vivendo com HIV/Aids.
- Solicitar a SMS ou o gabinete do prefeito pedindo uma agenda para a sanção da lei do Passe Livre municipal.
- Contratação de agentes de pares (educadores) para acolher dentro dos serviços de saúde e outros ambientes para nortear pessoas vivendo com HIV/Aids recém diagnosticadas e público que procura acolhimento nestes espaços que precisam dos diversos encaminhamentos tais como informações para a promoção de uma melhor adesão. Dentro desse serviço os agentes de pares cumprem com propostas como rodas de conversas, círculos de cultura, cine clubes, debates, prevenção combinada com profissionais de saúde para tira-dúvidas sobre IST´S. Importante ressaltar a contratação de pessoas trans para atender seus pares para um melhor acolhimento.
- Objetivos: Informar pessoas sobre as campanhas de prevenção /adesão e tratamento. Empregabilidade de Pessoas Vivendo com HIV/Aids, fomento, fortalecimento e a noção de prioridade no atendimento do usuário. É necessário que essa roda de adesão dentro dos serviços para uma humanização que tanto é falada nos valores éticos nos serviços de saúde desenvolva estratégias/metodologias que motivem uma busca ativa desse público-alvo.
- Trazer material impresso da Unaids dentro dos serviços de saúde, universidades, centros culturais, bibliotecas públicas estaduais e municipais de Fortaleza para um maior conhecimento da temática HIV/Aids e outras IST´S em período semestral para toda a comunidade leitora da cidade ter o devido acesso as informações.
- Produzir relatoria de estatísticas junto ao poder legislativo sobre casos exemplificados de Pessoas Vivendo com HIV/AIDS e outras IST´s e suas situações de vulnerabilidade assim como no exemplo o relatório feito por diversas pesquisadoras intitulado Meninas do Ceará: A trajetória de vida e vulnerabilidades de adolescentes vítimas de homicídio (2021) que trazem números, relatos de seres humanos e resultados de pesquisa em Fortaleza e no Ceará usando metodologias parecidas com o relatório trazendo causas, problemas e resultados da pesquisa. Os relatos reais devem ter nomes fictícios a exemplo do material exemplificado.
- Dispensar a medicação antirretroviral para o período de 90 dias não apenas no período pandêmico, mas a partir de agora que isso se torne habitual para facilitar a adesão no tratamento. Visto que isso facilita as questões de receitas que só são concedidas em consultas marcadas. No hospital São José tem um letreiro eletrônico que avisa incessantemente que a receita é só com o médico. E muitas vezes quando colocado por alguns usuários que precisam de receitas mês a mês há um desconforto no atendimento só podemos renovar com nosso próprio infectologista. Estando o usuário com seus exames de carga viral e CD4 em dias porque dispensar as medicações mês a mês. Facilita bastante a dispensação de três meses visto que não há motivo de retornar nesse período mensal. Para outro eventual problema já temos a emergência do hospital e uma próxima consulta marcada não faz sentido tantas idas a farmácia. Exceto quando houver falta de medicação que os farmacêuticos fracionam os fármacos.
- Incluir pessoas trans Vivendo com HIV/Aids com cursos de qualificação em arte e cultura, cursos de cabeleireira, maquiagem, moda, gastronomia, costura, passarela, informática, medicina, recursos humanos, enfermagem, direito, administração, bolsas de estudos em geral, gratuidade nos cursos preparatórios para o ingresso na universidade ( isenção estadual para concursos e vestibulares), etc, etc, etc….reticências eternas pela questão da dívida histórica).
- Publicação de um livro sobre todas as historias das várias associações, redes e ONGS e demais movimentos de Fortaleza para a publicação pelo próprio UNAIDS.
- Encaminhamento as policlínicas de exames específicos que não sejam relacionados ao HIV/Aids para um acolhimento que respeite o sigilo sorológico do usuário, a exemplo dos seguintes exames: mamografia, transvaginal, abdominal, ultrassom mamária, urologistas, proctologista, serviço odontológico dentre todos os outros serviços fornecidos pela saúde.
- Proposta de emenda parlamentar que inclua as pessoas vivendo com HIV e Aids no mercado de trabalho, protegendo sua condição sorológica.
- Projeto: Viva a melhor Idade: Círculos de cultura, rodas de prevenção e adesão para Pessoas Vivendo com HIV/Aids em locais específicos da cidade de Fortaleza que compreendam essa demanda da população. Art. 2o O idoso goza de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhe, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, para preservação de sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade.de liberdade e dignidade.